22 de set. de 2015

As carências que damos e as carências que recebemos


Dar amor é diferente de "dar"carência, e eu nem acho mesmo que amor se dá. Amor se demonstra com gestos, atitudes, até com palavras, mas quando se dá muito, passa para outro nível... se dá algo, tanto, para tapar um buraco em si mesmo... dá na medida em que espera ser aliviado com o amor que está entrando no outro, e que por entrar no outro parece entrar em si mesmo. 

Eu venho pensando sobre isso, e sobre as diferenças das demonstrações de afeto. Dos afetos que são tão reflexo de quem fomos, de quem somos, dos companheiros que temos pela vida, os amigos, a família, os amores, as situações que vivenciamos. 

Para ilustrar:
Observo muito as mulheres gestantes e as recém mamães, talvez para ir aprendendo para quando chegar a minha vez...
As mulheres gestantes tem todos os sentimentos do mundo dentro de si, envolvidas pelo romantismo de gerar um novo serzinho e mesmo com as irritabilidades que algumas apresentam, no geral, oferecem sorrisos e carinhos em uma boa medida... elas não estão carentes, estão cheias por dentro. 

Já as recém mamães tem uma rotina de maior carência. Estão com os aprendizados a todo vapor, com as energias sendo utilizadas também a todo vapor, novas situações, novas relações estabelecidas, tudo realmente muito novo. Mas o que me chama atenção é que parece existir um período de vazio dentro delas. Um vazio que precisa ser preenchido de alguma maneira.

O bebê já não é mais quietinho em seu lar quentinho e molhado placenteiro, a mamãe tem além de tudo que é próprio do período, precisa estabelecer uma nova relação com seu parceiro, que muitas vezes não se reconhece nesta nova tríade, mãe/mulher-bebê-papai/homem e muitas ou muitos, ficam aos rodeios de um novo restabelecimento de emoções, outro "ajeitamento" de amor/desejo. Uma coisa é certa, a mulher/mãe, não deve parar de desejar outros objetos de amor além de seu bebê e não deveria também, para a saúde emocional de sua família, tentar suprir isso "dando" afeto enquanto carência, afeto que serve para entrar em seu coração, e não para sair dele, pois passa por um momento de esvaziamento. 


O que quero dizer é que o afeto precisa de medida, Sim, eu super acho isso. Nem muito, nem tão pouco, mas uma quantidade confortável. Talvez se não há medida, é porque tem algum buraquinho do lado esquerdo do peito que precisa ser remendado na mamãe, depois de tantas vivências novas e fortes como a gestação de um bebê. 




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